Pular para o conteúdo principal

Como frear o aquecimento global?

Nesse post falaremos sobre quais são os meios de reduzir a velocidade do aquecimento global e também quais soluções vem sendo estudadas com o intuito de mitigar seus efeitos. 

Antes de mais nada, essa semana uma reportagem me chamou muita atenção. Ela mostra que o último boletim divulgado pela WMO (World Meteorological Organization) nesta segunda-feira (30/10/2017), informa que a concentração média global de dióxido de carbono (CO2) voltou a crescer e bateu novos recordes em 2016, com o mais alto nível nos últimos 800 mil anos. Sim, você leu bem, 800.000 anos! As concentrações de CO2 são agora 145% mais altas que os níveis pré-industriais (antes de 1750).

De acordo com o secretário-geral da WMO, Petteri Taalas, sem corte rápidos nas emissões de CO2 e nas emissões de gases de efeito estufa, estaremos indo para aumentos de temperatura perigosos até o final do século, muito acima do objetivo estabelecido pelo acordo de mudança climática de Paris. As futuras gerações herdarão um planeta muito mais inóspito, pois o CO2 permanece na atmosfera por centenas de anos e nos oceanos por mais tempo.

Sobre o assunto, o chefe do grupo de meio ambiente da ONU completou dizendo que existem muitas soluções para resolver esse desafio, basta que prevaleça a vontade política global e um novo senso de urgência. Para visualizar a reportagem completa cliquei aqui.

Para entender quais são a ações que devemos tomar, primeiramente devemos analisar as principais fontes de emissão dos gases estufa. O gráfico abaixo é apresentado pelo último relatório do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) publicado em 2014, e mostra que em 2010, do total de gases de efeito estufa emitidos pelo homem, 76% são de CO2 sendo que desses, 11% foram em decorrência de plantações e demais usos do solo e 65% foram devido à queima das combustíveis fósseis e aos processos industriais.

IPCC, 2014.
Ainda, o próximo gráfico mostra a distribuição completa das origens das emissões de gases de efeito estufa por setor econômico no ano de 2010, onde pode-se identificar que 25% das emissões diretas são provenientes dos sistemas de aquecimento e energia, 24% são em decorrência de plantações e demais usos do solo, 21% são devido às emissões industriais e 14% são por causa dos transportes.

IPCC, 2014.
Ainda de acordo com o mesmo relatório do IPCC, existem várias formas de limitar o aquecimento a menos de 2°C em relação aos níveis pré-industriais. Essas vias exigiriam reduções substanciais de emissões nas próximas décadas e emissões próximas de zero de CO2 e outros gases de efeito estufa até o final do século. Implementar tais reduções coloca substanciais desafios tecnológicos, econômicos, sociais e institucionais, mas acima de tudo, possíveis.

Como mencionado pelos especialistas, em termos de larga escala, para frear o avanço do aquecimento global, é fundamental que sejam desenvolvidas políticas públicas globais, enfáticas e diretas para as mudanças que precisamos, como a busca por novos combustíveis e novas tecnologias limpas no campo e nas cidades. Existem algumas iniciativas internacionais que poderiam ser mais fortalecidas, como o exemplo dos créditos de carbono e a criação de meios de exigir com mais consistência as metas acordadas por meio dos protocolos internacionais. Além disso, estudos paliativos estão sendo desenvolvidos, como é o caso da injeção de CO2 no solo na Islândia, mas que ainda apresenta muitos riscos associados, como explosões em decorrências de vazamentos. No Brasil, de acordo com reportagem da Voz do Brasil que foi ao ar no dia 31/10/17 (a partir do minuto 12:43 desse link), os militares aeronáuticos estão realizando revisões das rotas aéreas brasileiras com o intuito de reduzir gastos e combustível, contribuindo diretamente para a eficiência de todos os voos realizados no país. As primeiras viagens baseadas em performance estão sendo aplicadas no sul do Brasil, em que cerca de 300.000 voos serão impactados anualmente, otimizando os tempos de voo em até 15 minutos e diminuindo significativamente as emissões de gases de efeito estufa por viagem.

E de forma pontual, mas não menos importante, o que nós cidadãos comuns podemos fazer para contribuir? Segue uma lista de ações que podemos implementar em nosso cotidiano que reduzem direta ou indiretamente as emissões atmosféricas e nos dá a oportunidade de exercer nosso dever como cidadão consciente de nossos atos.

1- Opte por comer produtos mais naturais e diminua o consumo de carne.
2- Reduza, reutilize, recicle! Tanto os produtos que usa quanto a água que consome.
3- Use menos o carro e procure morar mais perto de onde trabalha.
4- Utilize equipamentos domésticos com melhor desempenho energético.
5- Use menos ar-condicionado e troque as lâmpadas "comuns" por lâmpadas de LED.
6- Já pensou em implementar energia solar para aquecer a água e fazer um reservatório de água da chuva na sua casa?
7- Plante uma (ou mais) árvore (s). Por que não?
8- Repense seus atos! Economize (energia, água, comida...), seja mais eficiente e não desperdice.
9- Repasse essa ideia!!!

"Seja a mudança que você quer ver no mundo."

Mahatma Gandhi

REFERÊNCIAS

https://g1.globo.com/natureza/noticia/nivel-de-co2-na-atmosfera-em-2016-foi-o-mais-alto-em-800-mil-anos-diz-relatorio.ghtml
https://www.ipcc.ch/pdf/assessment-report/ar5/syr/SYR_AR5_FINAL_full_wcover.pdf
https://www.conserve-energy-future.com/stopglobalwarming.php
https://www.thoughtco.com/how-to-reduce-global-warming-1203897

💚🌳






















Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Impactos do aquecimento global nos oceanos

Nesse post foram expostos todos os prováveis impactos do aquecimento global de forma abrangente, de acordo com o último relatório do IPCC. A presente postagem busca se aprofundar nas alterações que podem ocorrer nos oceanos, com foco no entendimento do aumento da acidificação e quais as suas consequências. Decidi falar mais sobre os oceanos uma vez que as alterações observadas neles ao longo do anos são muito perceptíveis e também por eles serem o maior termômetro da evolução do aquecimento global, como escrevi nesse post . Fazendo uma retrospectiva dos pontos principais das alterações do oceano já documentas pelo homem, temos cinco pontos críticos. Eles estão relacionados abaixo e as informações são baseadas em estudos realizados pela EPA (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos): Aquecimento dos oceanos : conforme pode-se observar na figura abaixo, t rês análises independentes mostram que a quantidade de calor armazenada no oceano aumentou substancialment

E as consequências do aquecimento global?

Fazendo uma retrospectiva dos posts anteriores, iniciamos nossa conversa falando um pouco mais sobre o aquecimento global, como e por que ele ocorre e quais as melhores formas de monitorá-lo. Ainda, foi feito um paralelo entre os furacões e o aquecimento global e como esse evento pode vir a intensificar os fenômenos naturais como os furacões. Por último, a experiência de ter estado na República Dominicana durante a passagem do furacão Irma foi compartilhada e foi explicado por que estes fenômenos podem vir a ocorrer no Brasil no futuro. Nesse post falaremos sobre todas as mudanças, riscos e impactos que o aquecimento global pode trazer, de acordo com o último relatório do IPCC ( Intergovernmental Panel on Climate Change ) publicado em 2014, e no próximo post entenderemos quais são nossas alternativas para frear o avanço desse evento e quais são os meios para mitigar seus efeitos. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) é o principal órgão internacional para a

Como as mudanças climáticas podem afetar a disponibilidade de água potável e quais as soluções?

A água, nos seus diversos estados, está sempre em movimento, em um processo complexo conhecido como ciclo da água. O aquecimento global já está tendo um efeito mensurável sobre este ciclo, alterando a quantidade, distribuição, tempo de retorno e qualidade da água disponível. Esse post é dedicado a comentar quais são as influências das mudanças climáticas global sobre o ciclo da água, afinal, todos os processos como conhecemos hoje, sejam eles relativos ao abastecimento de comunidades, processos industriais e o funcionamento dos ecossistemas dependem direta ou indiretamente desse precioso ciclo. Para compreender o problema da escassez de água doce, invariavelmente temos que entender a distribuição da água no planeta. Aproximadamente 98% da nossa água é salgada e apenas 2% é doce. Desse 2%, quase 70% são neve e gelo, 30% são águas subterrâneas, menos de 0,5% são águas superficiais (lagos, rios, etc.) e menos de 0,05% está na atmosfera. As mudanças climáticas têm vários efeitos